Os cigarros eletrônicos, conhecidos como vapes, conquistaram popularidade entre jovens com seu design moderno, sabores atrativos e fácil acesso, mas escondem riscos tão ou mais perigosos que o cigarro convencional. Segundo dados recentes, o uso desses dispositivos no Brasil aumentou 600% nos últimos anos, alcançando cerca de 3 milhões de usuários, com forte presença no público adolescente.
A ilusão de que o vapor produzido seria inofensivo cai diante das evidências científicas. Pesquisas mostram que os aerossóis liberados contêm metais pesados, partículas finas e substâncias cancerígenas, além de altas concentrações de nicotina muitas vezes superiores às de um maço de cigarros. Essa composição não apenas causa dependência rapidamente, como está associada a doenças cardiovasculares, respiratórias, câncer e até explosões acidentais devido a falhas nas baterias.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a fabricação, importação e venda dos vapes permanecem proibidas no Brasil, assim como seu uso em ambientes fechados. A medida segue recomendações da Organização Mundial da Saúde, que alerta para a relação entre o uso desses dispositivos e o aumento no consumo de cigarros tradicionais, além de maior risco de iniciação no uso de outras drogas.
Especialistas reforçam que, embora alguns defendam os vapes como ferramenta de cessação do tabagismo, o benefício é limitado e temporário, já que a maioria dos ex-fumantes mantém o uso do eletrônico ou retorna ao cigarro comum. A estratégia da indústria, afirmam, não é proteger a saúde, mas garantir novos dependentes.
Autoridades de saúde defendem campanhas educativas de grande alcance para frear o consumo, especialmente entre adolescentes. A mensagem é clara: vapes não representam avanço no combate ao tabagismo, mas sim um perigoso retrocesso.