Neste Novembro Azul, a conversa sobre prevenção do câncer de próstata ganha um elemento que costuma ser ignorado: o sono. Dormir bem é um dos pilares da boa saúde, mas ainda recebe pouca atenção, especialmente entre os homens. Sintomas como ronco alto, interrupções frequentes durante a noite ou cansaço constante ao longo do dia são muitas vezes tratados como algo comum, associado à idade, quando na verdade podem indicar riscos importantes.
Especialistas apontam que olhar para a qualidade do sono é uma forma efetiva e frequentemente esquecida de prevenção. Estudos mostram que noites mal dormidas afetam o equilíbrio hormonal e interferem em processos fundamentais de reparo celular. Durante o sono, o organismo regula hormônios, combate inflamações e executa mecanismos de proteção que ajudam a reduzir a probabilidade de formação de tumores.
A médica Dra. Karoline Kosac, geriatra e fellow em Psicogeriatria pelo HC – UFMG, reforça que a interrupção ou baixa qualidade do sono compromete funções essenciais. Ela explica que a produção de melatonina hormônio com ação antioxidante e anticancerígena diminui significativamente quando o descanso não é adequado. “O sono de má qualidade altera a produção hormonal e favorece processos inflamatórios que enfraquecem a defesa do organismo”, detalha.
Homens acima dos 50 anos devem ficar atentos a sinais como ronco alto e frequente, pausas na respiração durante a noite, despertares repetidos, sensação de sufocamento, sonolência diurna, dificuldade de concentração e necessidade de urinar várias vezes. Esses sintomas podem indicar apneia obstrutiva do sono, insônia crônica ou outros distúrbios associados não apenas ao impacto na rotina, mas também ao aumento do risco de doenças cardiovasculares e câncer.
Para a médica, investigar o sono deve fazer parte das consultas regulares de cuidado masculino. “A boa qualidade do sono deve ser uma meta de saúde pesquisada ativamente nas consultas direcionadas aos homens”, afirma. Ela acrescenta que compreender e tratar distúrbios do sono contribui para o equilíbrio entre funcionamento celular, imunidade e produção hormonal, ampliando a proteção ao organismo.
Coluna produzida por: Renata Aurichio
Fisioterapeuta com MBA em Gestão de Saúde pela USP. Autoridade em Gestão
Estratégica em Saúde do Sono com regência centrada no paciente. Empreendedora e
palestrante com liderança em longevidade saudável.
@fisiorenataaurichio











