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Outubro Rosa: mulheres com câncer de mama têm direitos garantidos por lei

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Reconstrução mamária, auxílio-doença, medicamentos e tratamento pelo SUS estão entre os benefícios previstos

O diagnóstico de câncer de mama, além de provocar forte impacto emocional e físico, também levanta dúvidas sobre o acesso ao tratamento, medicamentos e apoio social. O que muitas mulheres ainda desconhecem é que há uma série de direitos assegurados por lei para pacientes oncológicas no Brasil — medidas que visam garantir dignidade, agilidade e amparo durante todo o processo de enfrentamento da doença.

De acordo com o advogado Thayan Fernando Ferreira, especialista em Direito da Saúde e Direito Público, a legislação brasileira oferece proteção ampla às mulheres diagnosticadas com câncer de mama, abrangendo tanto o campo da saúde quanto o trabalhista e previdenciário.

“A mulher diagnosticada com câncer de mama tem direito a iniciar o tratamento pelo SUS no prazo máximo de 60 dias após o diagnóstico, conforme a Lei nº 12.732/2012. Esse é um direito fundamental, e qualquer atraso pode ser questionado judicialmente”, explica o advogado.

Além do prazo para início do tratamento, outras leis garantem benefícios importantes:

  • Reconstrução mamária imediata, pelo SUS ou plano de saúde, após mastectomia, sempre que houver condições clínicas — Lei nº 9.797/1999;
  • Isenção de Imposto de Renda sobre aposentadoria ou pensão para pacientes com câncer;
  • Auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, conforme avaliação do INSS;
  • Saque do FGTS e PIS/PASEP;
  • Prioridade na tramitação de processos judiciais, quando necessário;
  • Tratamento psicológico e suporte multidisciplinar garantidos pelo SUS.

Segundo Thayan Ferreira, o cumprimento desses direitos pode e deve ser cobrado judicialmente, sempre que houver negativa ou demora injustificada no acesso a cirurgias, medicamentos ou terapias.

“Em caso de negativa por parte do plano de saúde ou demora injustificada no SUS, a paciente pode recorrer à Justiça. Já existem inúmeros precedentes que garantem o acesso ao tratamento, à cirurgia reconstrutiva, a medicamentos de alto custo e até a terapias complementares”, ressalta o advogado.

O especialista reforça ainda a importância da informação e do acompanhamento jurídico durante o tratamento.

“Muitas mulheres enfrentam essa jornada sem saber que têm direitos garantidos por lei. Nosso papel como sociedade é orientar, acolher e garantir que essas pacientes sejam tratadas com dignidade, respeito e agilidade”, conclui.

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