Imagine uma criança que enxerga perfeitamente, mas não consegue compreender o que vê. Letras embaralhadas, dificuldade para copiar da lousa ou se localizar no espaço… Essas situações, muitas vezes confundidas com distração ou preguiça, podem indicar um distúrbio chamado Transtorno do Processamento Visual.
Diferente de problemas refrativos (como miopia ou astigmatismo), que afetam a nitidez da visão, o processamento visual está ligado à forma como o cérebro interpreta as informações captadas pelos olhos. Trata-se de uma função neurológica complexa, que impacta diretamente o aprendizado, especialmente leitura, escrita e atenção.
Entre os sintomas mais comuns estão: dificuldade em reconhecer letras ou formas, confusão entre direita e esquerda, lentidão para copiar textos e até problemas na coordenação motora. Em um contexto em que o desempenho escolar é tão valorizado, esses sinais precisam ser observados de perto.
Para os pais principalmente os que priorizam a educação e o desenvolvimento integral dos filhos — identificar precocemente essas dificuldades é fundamental. O diagnóstico é feito por meio de uma avaliação interdisciplinar, envolvendo oftalmologistas, neuropsicólogos e terapeutas ocupacionais especializados em integração sensorial. Quanto antes for identificado, maiores as chances de intervenção eficaz, com terapias visuais e estratégias pedagógicas adaptadas.
A boa notícia é que há tratamento. Com intervenções específicas, muitas crianças conseguem desenvolver estratégias para superar as dificuldades e alcançar seu potencial. Entre os recursos disponíveis estão:
FAZER ALGO INTERATIVO COM OS TÓPICOS
Terapia visual: exercícios personalizados para treinar o cérebro a interpretar corretamente o que os olhos veem.
Terapia ocupacional com integração sensorial: estimula coordenação, foco e percepção espacial.
Acompanhamento psicopedagógico: estratégias adaptadas ao perfil da criança, com suporte emocional e cognitivo.
Parceria com a escola: professores orientados contribuem de forma decisiva para o progresso.
Diagnóstico precoce: quanto antes identificado, melhores os resultados.
Na correria do dia a dia, é fácil atribuir baixo rendimento escolar à falta de esforço. Mas, muitas vezes, o problema está nos bastidores do olhar não na vontade, e sim na forma como o cérebro decifra o mundo ao redor. Ver bem é muito mais do que enxergar nitidamente: é compreender, interpretar e se conectar com o que está diante dos olhos. E, para isso, cuidar da saúde visual desde cedo é essencial.
Coluna produzida por: Luiz Gustavo Soares
Formado em Administração de Empresas, pela PUC Minas, e em Saúde
Visual, pela Fatec-MG. CEO da Ótica MultiVisão, especialista em atendimento
infantil e criador do projeto Visão e Educação.
@otica_multivisao