A VIDA ACONTECE POR AQUI

Saúde suplementar no Brasil: Crescimento de planos de saúde e judicialização andam lado a lado

Thayan Fernando Ferreira_divulgação (1)

Enquanto o mercado de planos de saúde brasileiro registra um aumento de 42% no número de beneficiários entre 2019 e 2024 (segundo a ANS), os tribunais do país enfrentam um cenário paralelo: o volume de ações judiciais contra operadoras mais que dobrou no mesmo período, com 300 mil novos casos apenas em 2024, conforme dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O fenômeno reflete desafios como negativas de cobertura, reajustes abusivos e dificuldades no acesso a tratamentos essenciais.

O que está por trás dos números?

Em São Paulo, estado com maior litigiosidade, 64,7% das ações buscam garantir atendimento médico, enquanto 17,9% reivindicam medicamentos. Para o advogado Thayan Fernando Ferreira, especialista em direito da saúde e membro da OAB-MG, o cenário é claro: “As operadoras frequentemente negam coberturas previstas em contrato ou impõem reajustes financeiros incompatíveis com a realidade do consumidor”.

O crescimento da saúde suplementar, que saltou de 7,6 milhões para 10,8 milhões de usuários em cinco anos, está ligado ao envelhecimento populacional e à busca por segurança médica. Porém, idosos enfrentam dilemas: muitos não conseguem manter pagamentos elevados, resultando em inadimplência ou exclusão dos planos.

Direitos do consumidor: como a lei protege?

A legislação brasileira, respaldada pelo Código de Defesa do Consumidor, garante que operadoras cumpram contratos e ofereçam tratamentos necessários. Thayan, diretor do escritório Ferreira Cruz Advogados, explica: “Negativas sem justificativa técnica são ilegais. É possível obter liminares para acesso imediato a medicamentos ou procedimentos, além de reparação por danos morais”.

Principais motivos para judicializar:

  1. Negativa de cobertura (exames, cirurgias, terapias).
  2. Reajustes abusivos acima do teto regulado pela ANS.
  3. Cancelamento unilateral sem motivo válido.

Passo a passo para recorrer à justiça

  1. Tentativa amigável: Busque a ouvidoria da operadora e registre reclamação no Procon.
  2. Documentação: Reúna contratos, laudos médicos e comunicações com a operadora.
  3. Ação judicial: Opte por pequenas causas (valores até 60 salários mínimos) ou contrate um advogado especializado.
    “Medidas liminares são eficazes para casos urgentes, como tratamentos oncológicos”, reforça Thayan.

O futuro da saúde suplementar

Enquanto a ANS amplia regulações para coibir abusos, especialistas defendem transparência nas negociações e educação financeira para usuários. Para quem já enfrenta problemas, a justiça segue como aliada: em 2023, 83% das ações relacionadas a planos de saúde em MG tiveram decisões favoráveis aos consumidores.

Precisa de orientação sobre seus direitos?
Acompanhe a Revista Bem Vinda no Instagram para dicas atualizadas sobre saúde, legislação e qualidade de vida!

Quer saber mais sobre esse e outros assuntos? Acompanhe as últimas notícias e atualizações seguindo o perfil oficial da revista no Instagram: @bemvindarevista.